Relatório do IPCC sobre oceanos mostra que governos precisam agir
Em um novo relatório do IPCC, o órgão das Nações Unidas para lidar com o aquecimento global, divulgado nesta quarta-feira, 25, quase 7.000 artigos científicos foram analisados, com contribuições de 104 autores e editores de 36 países, para mostrar os impactos das mudanças climáticas no oceano e na criosfera do planeta (as partes congeladas, como calotas polares, geleiras, permafrost, gelo de prateleira e neve). Algumas informações voltaram a ser confirmadas pelo estudo: oceano, gelo e neve estão sendo transformados pelas mudanças climáticas. O que chama a atenção é a gravidade da situação, em especial no impacto nos ambientes marinhos e congelantes. O aumento do nível do mar está acelerando e, sem cortes nas emissões dos gases causadores do efeito estufa, o ritmo será dez vezes mais rápido em 2100, em relação ao século XX.
Em um novo relatório do IPCC, o órgão das Nações Unidas para lidar com o aquecimento global, divulgado nesta quarta-feira, 25, quase 7.000 artigos científicos foram analisados, com contribuições de 104 autores e editores de 36 países, para mostrar os impactos das mudanças climáticas no oceano e na criosfera do planeta (as partes congeladas, como calotas polares, geleiras, permafrost, gelo de prateleira e neve). Algumas informações voltaram a ser confirmadas pelo estudo: oceano, gelo e neve estão sendo transformados pelas mudanças climáticas. O que chama a atenção é a gravidade da situação, em especial no impacto nos ambientes marinhos e congelantes. O aumento do nível do mar está acelerando e, sem cortes nas emissões dos gases causadores do efeito estufa, o ritmo será dez vezes mais rápido em 2100, em relação ao século XX.
De acordo com o especialista em ecologia marinha e gerenciamento costeiro do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, Alexander Turra, o relatório mostra que o problema com as mudanças climáticas é sério, real e urgente. “Os resultados são amparados em dados científicos inequívocos. Não há margem de erro para essas conclusões. Estamos longe de remeter a qualquer tipo de conspiração internacional. A visão brasileira, passada pelo discurso do presidente na Assembleia-Geral das Nações Unidas, reforçou o entendimento do governo federal de que a ciência climática não seria fato, de que seria uma abordagem ideológica e conspiratória. Não é. E isso é provado”, declarou ele.PUBLICIDADE
Até 2100, com altas emissões, as geleiras perderão mais de um terço de sua massa, o que reduzirá o suprimento de água para consumo humano. Algumas cadeias de montanhas podem perder mais de 80% de suas geleiras até 2100 e muitas deverão desaparecer por completo.
As plataformas de gelo da Groenlândia e da Antártica estão liberando mais de 400 bilhões de toneladas de água por ano. Sem corte de emissões até o fim do século, a massa total de animais no oceano do mundo pode diminuir 15% e o potencial máximo de captura da pesca pode ser reduzido em 24%. Nações insulares talvez se tornem inabitáveis e populações que vivem em regiões costeiras serão obrigadas a migrar.
Para Turra, a responsabilidade está nas mãos dos governos. “É fundamental identificar as regiões com maior vulnerabilidade. No mar, por exemplo, mapear as atividades de pesca e entender quais estoques estão sendo afetados. Um país responsável obrigatoriamente tem que entender, estrategicamente, quais são esses efeitos para poder agir de forma antecipada”, afirmou.
Com relação ao Brasil, o biólogo diz que o país está caminhando no sentido contrário do que ele sugere. “O governo desmontou o arranjo institucional que foi criado para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas e não entende que o atual cenário é de bomba-relógio. Para um governo que se vende como liberal, e logo deveria zelar pela propriedade e pelos direitos individuais, ele vai prevaricar e deixar de cumprir com a sua função de proteger a população e os seus bens”, declarou.
Por VEJA
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