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Novas projeções apontam aumento de 7ºC em 2100

Vilhena Soares

Elaborados por cientistas franceses, novos modelos climáticos que servirão de base para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), previsto para 2021, indicam que o aquecimento global pode ser maior do que o previsto. As projeções sinalizam um cenário de aumento da temperatura média mundial em 7ºC em 2100. Até então, o cenário mais pessimista no IPCC de 2014 previa +4,8ºC em relação ao período pré-industrial.

Uma das consequências diretas será a maior recorrência de ondas de calor fatais já nos anos 2050 — em 2003, o fenômeno matou 15 mil pessoas na Europa. Elas serão acompanhadas de “secas muito mais longas e prolongadas”, “práticas agrícolas em grandes dificuldades” e “incêndios florestais que se multiplicam em regiões em que hoje não são muito frequentes”, aponta David Salas y Melia, responsável pelo clima no Centro de Pesquisa Météo-France-CNRS.

Cerca de 100 pesquisadores e engenheiros franceses, principalmente do CNRS, do Comissariado para a Energia Atômica e da Météo-France, trabalharam na elaboração de dois modelos climáticos que servirão de base do novo IPCC. Esses modelos foram, em seguida, submetidos a vários cenários socioeconômicos.

No mais pessimista, com base em um crescimento econômico rápido alimentado por energias fósseis, o aumento da temperatura média mundial atingirá de 6,5ºC a 7ºC em 2100. O mais otimista, com base em uma forte cooperação internacional e prioridade dada ao desenvolvimento sustentável, estima aquecimento logo abaixo da meta de 2°C. O Acordo Climático de Paris de 2015 prevê limitar o aquecimento global bem abaixo de 2°C, ou mesmo 1,5°C.Continua depois da publicidade

Refinamento

Outros modelos, já divulgados, sobre os quais o IPCC também se debruçará também apontam para um aquecimento acentuado. A notícia de agora é ainda mais preocupante porque esses novos modelos climáticos desenvolvidos pelo CNRM e pelo Instituto Parisiense Simon Laplace são mais confiáveis e mais refinados do que os anteriores.

De acordo com o comunicado divulgado pela equipe francesa, a diferença “pode ser explicada por uma resposta climática mais forte ao aumento dos gases de efeito estufa antropogênicos do que nas simulações de 2012, mas as razões para esse aumento da sensibilidade e o grau de confiança a ser adicionado ainda precisam ser avaliados”.

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