Conferência Brasileira de Mudança do Clima
A Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC), que acontece nos próximos dias 6, 7 e 8 de novembro, no Recife, também irá abordar a crise das manchas de óleo que invadiram as praias do Nordeste, inclusive na extensão que contempla Pernambuco e Recife. “O desastre que afeta hoje a região Nordeste confirma, mais uma vez, a importância de aumentarmos as ambições dos países com relação às suas NDCs ou compromissos nacionais de redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Isso porque ainda estamos muito distantes de uma real descarbonizaçao da economia, não só no Brasil, mas no mundo todo”, destaca Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos.
O relatório The Heat is On (da UNDP, de 2019), enfatiza que 2020 será um marco para o Acordo de Paris e estabelece a necessidade de, em âmbito global, reduzirmos as emissões de GEE em 45% até 2030 e neutralizar as emissões globais até 2050.
A Conferência Brasileira de Mudanças do Clima é uma iniciativa que nasceu da necessidade de demonstrar que a sociedade e o setor produtivo brasileiro mantêm-se firmes no Acordo de Paris e que o protagonismo na agenda de clima, florestas e desenvolvimento sustentável e governança climática são grandes oportunidade para o país.
Com mais de 50 painéis e atividades sendo realizadas em nove espaços diferentes, o evento irá demonstrar experiências, negócios, soluções, tecnologias e políticas brasileiras que valorizam, integram e fazem progredir os resultados da governança climática.
A Conferência conta com 10 correalizadores: Centro Brasil no Clima (CBC), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), FGVces – Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI), Instituto Ethos, Saúde e Alegria, Rede Brasil do Pacto Global e WWF Brasil, além do governo de Pernambuco e da cidade do Recife.
Quanto ao conteúdo, 16 grupos de trabalho se dedicaram a desenvolver um vasto leque de temas transversais a agenda do clima, como: agricultura e pecuária, direitos humanos, energia, florestas, tecnologias limpas, negócios sustentáveis, mobilidade, transparência e integridade, entre outros.
Destaques da Programação
Como um dos objetivos da Conferência é promover compromissos empresariais e prioridades para a agenda de clima, florestas e desenvolvimento sustentável, um dos destaques da programação, que acontece na abertura do evento no dia 06/11 é o painel Declaração de Recife: um compromisso para a descarbonização da economia brasileira, que acontece no Arcádia Paço Alfândega, a partir das 8h30 e irá contar com: Paulo Câmara, governador do Estado de Pernambuco; Geraldo Julio, prefeito da cidade do Recife; e Valeria Paye, representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
A Declaração de Recife sugere às empresas assumir publicamente compromissos de redução de emissões e zerar o desmatamento ilegal em toda sua cadeia de valor; para os governos, o documento sugere como criar e implementar medidas de mitigação às mudanças climáticas; e para as organizações civis, como estabelecer parcerias e intercâmbio de soluções para otimizar as ações de enfrentamento a crise climática.
“O Brasil está indo totalmente na contramão de uma descarbonização da economia. Por esse motivo, o movimento que se iniciou em torno da realização da Conferência Brasileira de Mudança do Clima, elaborou a Declaração de Recife, que reforça a mensagem de que o Brasil precisa cumprir com a sua NDC, e mais, precisa aumentar sua ambição de redução dos GEE”, avalia Magri.
A Declaração do Recife sugere compromissos para quatro atores da sociedade brasileira: empresas, governos, sociedade civil e academia. Durante o painel, o documento será disponibilizado para adesões, sendo assinado por prefeitos e governadores.
Fonte: Terra
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